COSITAS DE SOLTEIRICE...

Hoje coloquei, como frase de chamada, no facebook:

"A METADE DO ANO ESTÁ AÍ..E AGORA?"

Essa frase me fez viajar no nosso mundo de solteiras, separadas, divorciadas - no qual me incluo - em que, na sua grande maioria, chega 31 de dezembro fazem um brinde silencioso ao Senhor de todos nós pedindo esse encontro de Cinderela com o Príncipe Encantado (não tem idade para sermos Cinderela de alguém).

Ao fazermos o pedido nos colocamos tão ao alto na construção desse pilar de amor que, com o passar do ano, descobrimos que estamos cultivando até então um sentimento danino que nos impossibilita de concretizar sonhos: a falta de humildade nas pretensões.

O amor verdadeiro e idealizado por quem realmente deseja uma nova união precisaria se posicionar nem tão acima nem tão abaixo, buscando, com maior afinco, a compreensão entre duas pessoas que chegam com bagagens por vezes pesadas ou mesmo esquecidos que estão no mundo solitário de convívio consigo mesmo, formando barreiras difíceis de derrubarem.

Em contrapartida juramos tantas coisas para o possível amante sonhado!

Juramos sermos a melhor das melhores;
Juramos não discutir;
Juramos sermos sempre fogosas até mesmo em TPM;
Juramos acobertá-lo entre lingeries estonteantes e dispensáveis;
Juramos sermos mansas, cordatas e andar de mãos dadas para o resto da vida.

Comprometimentos e promessas assim fazem com que a metade do ano se aproxime e nada aconteça...

A solteirice, na ânsia de espantá-la, exige demais desse mundo dos solitários, tornando-os impositivos ao extremo, pois encobertos em sentimentos altruístas, se mostrando - homens e mulheres - "o máximo" quando seria conveniente ser "com limitações".

Ninguém é perfeito...Esse é o pensamento ideal para se partir em busca de uma relação "normal".

A metade do ano está aí...E agora?

Agora é tentar se espelhar na realidade que exige caminhar de salto baixo - para as mulheres - e, sapatos nem tão novos e lustrados assim, para os homens.

Quem sabe o Sapatinho de Cinderela fique mais próximo de encontrar seu par sem juramentos mirabolantes nem tampouco falta de cumprimento daquilo que está a seu alcance.





Maria Marçal