terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

AGUARDANDO O GELO SE ROMPER...

(foto meramente ilustrativa -google)









Acho que esse lidar com a ansiedade tem muito haver com nosso berço.

Claro que não recordo de nada, mas vejo através dos novos bebês que esses esperneiam se não lhes dão de mama, choram se não os pegamos no colo, porque esse é o seu modelo de querer imediatista.

E assim as gerações seguem recebendo essa mensagem de que aquilo que queremos hoje, precisa ser para hoje!

Com o tempo essa concepção se encarna como normas de conduta e vamos adquirindo hábitos à jato visando satisfazer desejos, que sem entrar no mérito, se lançam ao vento de nossas vaidades discutíveis.

A esse comportamento dá-se um nome muito comum: ansiedade.

Não faz parte dos humanos, num modo geral, aguardar... esperar...

Se o semáforo está no amarelo já achamos que é verde.

Atropelamos, dia a dia, à coerência, o bom senso não percebendo que assim agindo nos afastamos daquelas pessoas e propósitos que há muito descobriram que apressar o passo não é sinônimo de qualidade nas conquistas.

Acredito que não temos culpa absoluta desse destempero emocional. Nossos pais tem uma boa parcela de participação nessa maneira de formar indivíduos afoitos. Não se deram ou dão conta de que é preciso deixar a geleira se dissipar aos poucos para visualizarmos os brotos das flores e não essas prontas para morrerem ali adiante.

Não os condeno, obviamente, porque são atos de amor!

Apenas descobri com minha vivência ou maturidade que esse caminho de soluções prementes incorre em tropeços difíceis de resgatar o equilíbrio na vida em sociedade.

Seria prudente que aguardássemos o gelo se romper para encontrar as flores da primavera ...

Seria... Seria, mas, na maioria das vezes, apenas Seria!






Maria Marçal - Aprendendo a me disciplinar na conjugação do verbo AGUARDAR

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