segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A ARTE DE DESPIR-SE


Para alguns parece simples.

Põe-se e tira a roupa sem precisar de penúmbras e o abajur apenas serve como figurante ...não atua no papel principal.

À luz do amor muitos não tem vergonha de seu corpo e isto acontece quando o sentimento que une esses amantes destroi mitos e não apalpa sonhos.

A arte de despir-se sem pudores somente acontece nas relações que se pretendem duradouras, quando cada um se aceita com suas imperfeições naturais.

É o momento em que não existem comparações nem fascínios por outros moldes de paixão.

Talvez até mais significativo ainda seja para aqueles que trincam, tendo a graça do retorno... da conversa que reata.

Tirar a roupa na hora de amar se deleita na Primeira Classe da Vida, por isso nada é banal...

Aos mais velhos que é dada a possibilidade de se apaixonar duas, três ou mais vezes essa conduta chega destemida porque, como homens e mulheres maduros, há muito descobriram que o verdadeiro amor se emoldura na serenidade da compreensão, na chama lenta e prazerosa do prazer e não no ato de se mostrarem nús.

Na intimidade de quem encontra o amor a arte de despir encanta por abrir passagem...apenas isso.

Voltes...venhas...fiques... a cada dia!

Um pequeno-grande segredo que se perde nos lençois e perfumes de apaixonados que sabem amar...



Maria Marçal  - Sinais



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