Silenciosamente, nessa frenesi de finais de ano, nos vimos como formigas, andarilhas que buscam carregar o máximo de mantimentos para um lugar supostamente seguro, misturando-se, finalmente, aos outros pares que também perseguem a mesma paz, o amor, a proteção, o alívio interior.
Mas por que será que o final de ano nos exercita tanto mentalmente?
À princípio, com a proximidade do natal, cuja simbologia transmite serenidade, deveríamos nos manter menos ansiosos, distanciando o pensamento de tudo aquilo que não alcançamos durante o ano, instigados pelo espírito da resignação.
Quem lê este texto dirá:
- Mas não é assim!
Verdade. Não é assim.
Nossa mente parece que ganha pilha nova e nos vimos correndo desesperados por resultados e emoções que não fizemos por merecer durante o ano. Desejamos que nos perdoem de tudo e todos, esquecendo que não é hora de ansiar ou procurar.
A hora é de descansar ...
A momento é de diminuir o peso das buscas intangíveis...
A mente, nos finais de ano, precisa de paz.
Estancar à procura, eis do que precisamos.
Mentes em busca desencadeiam distorções emocionais.
Agir como as formigas, que correm preocupadas em chegar a um destino incerto e fantasiado de seguro, não é passaporte à felicidade, porque nossa vida se nutre da surpresa, de inovações e renovações que não acontecem nas últimas horas do ano.
Dispensar ao pensamento impaciente uma importância demasiada é não abrir espaço à desejada calmaria do dia seguinte.
Mentes em busca não se permitem perceber o que temos à volta.
Mentes em busca desconhecem o 'ponto' ... São acompanhadas da vírgula, eternamente.
Quem sabe. se estamos nesse momento, a gente se volta a Jesus e lhe pedimos um colo apaziguador?
Ele, na sua magnitude, tem o poder de nos fazer descansar e aceitar aquilo que não conseguimos alcançar.
Assim seja!
Maria Marçal - Na Maturidade da Espera
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