sábado, 29 de maio de 2010

AMORES DESPERDIÇADOS


Quando chegamos na maturidade e nos encontramos nessa leva de descasados, descomprometidos com sentimentos compactos, vimos que convivemos "diferente" com o amor.

O amor passa a ter personalidade... se apresenta "vestido".
Nós, maduros(as), não sabemos mais despir.. confundimos amar com ser aprisionados... temos medo de perder o pouco que conquistamos...

Agarramo-nos a nossa xícara, nossa cama, nossos "sim" e não damos chance a um "talvez"... ou um "quem sabe"...

Estranha essa forma de amar na maturidade.

Adquirimos uma fragilidade no gostar que, por qualquer coisa trinca, inadmitindo o remendo... se acomodando na trincheira.

Que pena. Esse comportamento destroi futuras e belas relações de amor.

Que injustiça não sabermos lidar com a fruta madura. Estranhamente optamos por colocá-la fora...jogar ao lixo com medo de que essa venha a fazer mal.

Acho que sofremos mais do que aqueles simples mortais que encaram o amor com a naturalidade que se exige para fazer bem a ambos.

Canalizamos tanto esforço para que dê certo, mas no fundo tem uma prisão antiga que não nos liberta. Vem filhos, patrimônio, medo de errar, encômodos por ter alguém trocando ou remexendo nossas coisas e isso tudo vai criando angustias e, arbitrariamente, opta-se por romper, ficando sozinho(a).

Talvez estejamos precisando de novas aulas de como amar na maioridade, como lidar com apegos egoisticamente fincados em nosso viver.

Quem sabe se deva questionar menos, exigir menos ainda, cantando ao invés de gemer, caminhando junto e não dormindo em camas separadas.

Quem sabe sentar na praça - expostos ao mundo, se abraçar, escutar os pássaros, beijar com meiguice não seja a solução.

Um dia acredito que o AMOR MADURO achará uma saída para essa "prisão interior" que só tem um perdedor: a vida, que tem hora e dia marcados.

Amores desperdiçados pelo medo, pela vontade de permanecer mandando em si mesmo...

Um dia muda... um dia muda....

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