Aqui em Porto Alegre temos os Poemas no ônibus, bela iniciativa da Secretaria Municipal da Cultura.
Certo dia meus olhos passaram por essa triste realidade expressa de maneira grandiosa e afixada na janela do Coletivo.
Copiei e agora trago para ilustrar essa matéria.
Quem são?
Quem são estas crianças?
Com seus olhos baços e mortiços
Que mendigam pelos guetos, pelos becos...
Pelas ruas sem saídas de suas vidas.
Quem são, essas crianças?
Que nos olham com seus olhos velhos,
Com seus rostos opacos e sonhos mortos,
De esperanças de uma vida risonha e feliz.
Quem são, essas crianças?
Que nos atacam nas esquinas e se escondem da infância,
E nós fingimos não ver para não sofrer.
Quem são essas crianças?
Que vão passando pela vida sem levar nada.
E nós, deixando de olhar para não sentir.
Marisa Cardoso Piedras - Autora do Poema
Poema no Ônibus - Um brilhante trabalho cultural promovido pela SMC
Crianças de rua ...um mundo à parte.
Se fosse dada a oportunidade de nascerem em berços repletos de aconchego, de amor, de cobertores quentinhos com Neston hora sim hora não, crescendo sadios naquele ambiente que por vezes não damos o valor que merece: UM LAR.
As brincadeiras de rua de filhos "apessoados" devem parecer o paraíso a esses pequeninos descalços pelo abandono.
Percebo quanta verdade nesses versos. De fato passamos rápido pela pobreza, pela desigualdade. Entregamos uma moedinha, um pão com manteiga, um picolé e viramos às costas achando que cumprimos o dever cívico de "ajudar a quem o mundo renega uma chance".
Quando vimos uma artista famosa e abonada socialmente (Cissa Guimarães) perder um filho aos 18 anos me vem aquela preocupação de "agasalhar" minha filha, protegendo-a dos perigos, temendo por ela... mas e esses seres pequenos desnutridos e largados nas ruas da cidade quem os protege? Quem os tirará dos guetos e becos como diz o poema acima?
Pais de crianças assim talvez saibam conviver melhor com trajédias que envolvam seus filhos, porque os atiram à selva desde cedo.
Nem pais nem filhos pensam no futuro... apenas no pão nosso de cada dia.
A vida lhes ensina e injeta imunidade perante a dor, a fome, fazendo do NÃO uma palavrinha insignificante.
Aprender com os desiguais desde o skate até o improvisado barquinho de jornal, eis a questão sem resposta.
Talvez esteja na hora de parar de Brincar de Viver:
Maria Marçal - Porto Alegre
Ganhe uma tranformação!!!
Há 15 anos
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