O "só nos dois" é antagônico pois se, por um lado, abriga a cegueira do amor de dois amantes sem direito a plateia, por outro, abrange o sublime sentimento de liberdade em doar-se integralmente a quem escolheu como "meu homem/minha mulher".
Muitos poderão perguntar:
- como podem ser felizes sem a participação das famílias, dos amigos, dos filhos?
ou ainda:
- Será mesmo possível que casais que pensarão somente em si no fogo da paixão terão dias de paz sem o olhar palpiteiro de terceiros?
Nessa fase mais madura da vida diria que queremos sim! um amor para nós, tencionalmente egoísta, desvencilhado dos problemas diários, computando apenas a parte boa numa relação que deverá ser a última em razão dos cabelos brancos que teimam em sinalizar a passagem do curto tempo restante...
Então, esse egoísmo do "só nos dois" soa diferente na maturidade... Se permite ao casal apaixonado olharem mutuamente apenas com seus CPFs.
O companheirismo do amor maduro precisa desse egocentrismo para vingar, haja vista que seu tempo de construção não foi igual ao da juventude, quando existia a competição com a beleza, o anseio por um trabalho próspero, as inúmeras possibilidades de se apaixonar vastos e belos como cascatas de água cristalina.
Não condeno que ao bater a porta da paixão aos sessentões, cinquentões novamente em suas vidas, venham a querer uma felicidade exclusiva...com filhos e amigos apenas os acompanhando de fora e, aplaudindo, por que não?
O "só nos dois" pode soar mesquinho aos olhos de quem nos estima, mas com certeza é um presente que Deus oferece uma única vez aos amantes de dias contados.
Quem se encontra amando com exclusividade receba meus parabéns pela decisão.
A felicidade de paixões maduras precisa dessa parcialidade para se manter permanente.
Idade...tempo disponível...oportunidades escassas, saúde física e mental, agradecem.
Maria Marçal
Ganhe uma tranformação!!!
Há 14 anos
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