O "EXERCÍCIO DE CASA"...

Tem dias que acordamos silenciosos, introspectivos, buscando por alguma resposta...

Sem razões claras nos vimos percorrendo jardins que, para muitos, são floridos outrens tem o cinzento de dias chuvosos e frios...

Contudo é bom dizermos, sem a menor ofensa, a quem nos acompanha:

- Dás licença, preciso ficar sozinha/o.

Quem o estima compreenderá que não estamos nos esquivando de companhias agradáveis, compartilhadas diuturnamente.

Apenas desejamos um reencontro interior. Um recolhimento, cujo poderá ser até procurar por quem não faz parte de sua rotina...

Ouvir... meditar ... aquietar-se... silenciar com um olhar de professor contestador.

Que nota teríamos ao final dessa prova sem "colinha"?

Será que conseguimos alcançar, com disciplina mental, a recomposição da alegria de viver, substanciando emoções, sublimando prazeres como outrora?

Difícil responder se a nota será dez ou zero...

No entanto uma coisa é certa: para tantas e tantas respostas é necessário procurar por um lugar florido... um jardim ... um recanto, onde possamos visualizar folhas mortas e flores ainda em botão, simbolicamente representanto a forma secreta de reavaliar posições, reestruturar sentimentos.

Como é bom se ver só em pensamentos por alguns momentos da vida...

Hoje fiz esse caminho ...

Abri meu coração para mim mesma e corrigi a lente de meus óculos, para um grau correto, compatível com meu desejo de cicatrizar feridas ao longo dos anos, abertas.

Descobri-me nem alegre, nem triste, tampouco culpada.

Foi um bom "exercício de casa".

Acho que saio dessa experiência mais certa de que emoções, sentimentos precisam de solidão às vezes para se reencontrar até mesmo com as pessoas que nos rodeiam.

Da conciliação com o silêncio emerge uma grata realidade.

Irei usar uma frase de alguém muito querido que conheçi há pouco:

"No silêncio do encontro de duas mãos"

Assim se sucedeu hoje.

Um dia após o outro ainda se traduz em crescimento interior.

Assim seja!






Maria Marçal - Fazendo o "exercício de casa"