quarta-feira, 23 de novembro de 2011

- HEY! EU GOSTO MUITO DE TI!








Assisto, não diariamente,mas com certa assiduidade, a novela A Vida da Gente.

Diferentemente das outras histórias essa tem um conteúdo importantissimo: o "estar e sair" do coma.

Há dois meses atrás meu ex-marido (falecido) esteve por quase um mês nessa situação e não sabíamos exatamente se nos ouvia, se sentia alguma coisa, contudo seus olhos se moviam fixados num plano indefinível.

Nossa filha, certa vez, levou o som e pôs sua música predileta e lhe correu uma lágrima, que se juntou às de Maria Júlia, repleta de emoção.

Desse fato concreto observei que, tanto na novela quanto na vida real, os médicos, mesmo que com toda sua bagagem de estudos, pensam diferente dos enfermeiros.

Os "doutores" não acreditam que exista vida no estado vegetativo. Já os enfermeiros, dado, talvez, ao fato de estarem mais presentes junto a dor dos familiares, atestam que o campo espiritual nos conecta, sim!, com o paciente.

No meu entendimento os enfermeiros tem razão.

A força da fé, o sentimento de amor na relação paciente/visitante, de alguma forma chega até ele...

Um toque de mãos, uma lágrima, um ranger de dentes, um sopro, um olhar em movimento, para os "doutores" significam apenas "movimentos involuntários", mas para quem ama, estima, tem "história de vida" com o enfermo, não se trata disso. Esse é um momento de verdadeira conexão com o mundo novo de quem está em coma e quem o visita, feito através da espiritualidade,da vontade que esse contato sirva de alimento e cura.

Acredito que Deus faz essa "ponte" entre o paciente/visitante.

Por uma sintonia que não sabemos exatamente como funciona acontece essa "conversação" sagrada, amenizando a dor de quem anseia por uma palavra, um gesto e sinaliza ao doente - de alguma forma - que ele está vivo.

Aliás, essa novela reascende à crença e somente esse 'despertar' já a credencia a mudar conceitos na Vida da Gente, fazendo com que não se desista de pessoas aparentemente fora do plano terrestre, muito pelo contrário que ao visitá-los,se diga:

- Hey! eu estou aqui para dizer que gosto muito de ti...

Maria Marçal

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