quinta-feira, 7 de junho de 2012

NÓS, OS SEPARADOS E/OU DIVORCIADOS DO MUNDO




Hoje, na minha caminhada diária, deparei com algo inusitado: apenas um pé de sapato sob o banco da orla.

Voltei em casa, peguei a máquina fotográfica e tirei uma foto daquela inesperada imagem.

Observei aquele sapato atirado ali e isso, não sei exatamente por qual razão, me fez comparar a vida que temos de separados e/ou divorciados.

Um dia aquele sapato tinha par...Serviu. Era bonito, com certeza, mas por força do destino vê-se que não tem mais serventia, sendo indiferente seu fim.

Algumas pessoas guardam 'esses sapatos' e se sentem impotentes de pô-los fora; outras o abandonam, conseguindo se libertar e seguir em frente.

Já se passam anos de minha separação e hoje, acomodada no divórcio, como tantas e tantas pessoas que conheço, sinto que se tivesse que pôr fora 'meu calçado' o faria sem medo, exatamente como deve ter sido com essa mulher que largou seu pé de sapato num banco de praça.

E por que tomaria essa atitude?

Porque, passado tanto tempo, descubro que os pares não são obrigados a ficarem juntos eternamente...

Percebo que a vida sem o parceiro é bem diferente daquela que tínhamos,mas chega acompanhada de paz de espírito e não há nada melhor que isto!

O recomeçar do zero exige mais trabalho, mais correria, buscando por essa nova identidade, contudo surgem outros elementos que não dispúnhamos antes: liberdade, loucuras, enfrentamentos,tudo em proveito pessoal.

Agora somos estranhamente sozinhos, procurando ou não, por novo par de calçado, apenas com uma diferença básica: que esse não nos aperte os pés, não nos faça bolhas, revestido por material leve, permitindo assim um caminhar com segurança.

A separação, o divórcio não são mais vilões, são opções de vida.

O que acontecerá depois...

Bem... Somente o tempo dirá se poderemos ou não largar o pé de sapato num banco qualquer do mundo.

O meu já dei um destino que me conduziu para um lugar chamado ESPERANÇA.


Maria Marçal

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