quarta-feira, 6 de junho de 2012

MARIA! CADÊ A FUMAÇA?




Por vezes me prendo indagando para que buscar pelos confortos dessa geração com tanta ansiedade.

No passeio que fizemos: mãe e suas quatro filhas à Bento Gonçalves - região vinícola de nosso Estado,  nesse final de semana,  a eficiente guia turística, Elaine da Empresa Moratti, nos mostrava como foi a vida dos imigrantes italianos na chegada ao Brasil, imaginariamente considerado por eles o 'paraíso'.

O lugar, intitulado Caminhos de Pedra, abriga uma história repleta de sonhos daqueles cidadãos sofridos.

Inicialmente, abriram buracos nas árvores milenares para se abrigar do frio e deixar suas crianças protegidas naquela mata. Após muito tempo, fizeram casas de três pisos (alvenaria), deixando a cozinha separada prevendo que, se num eventual incêndio, apenas seria destruída àquela peça.

Nos frios intensos abriam uma porta grande (na parte baixa da casa) para que entrassem os animais, assim, as famílias se juntavam aos bichos para se aquecerem do inverno rigoroso.

O aproveitamento da natureza feito com respeito e humildade!

E desse meio surgiram plantações de uvas, criaram-se ovelhas, gado e dali surgiu o progresso que hoje é percorrido pelas gerações seguintes, mas com o uso da tecnologia e visão de mercado.

O frio, como este que estamos enfrentando hoje e ontem aqui no Sul, passava - naquele tempo - pelo olhar da brasa do fogão à lenha...da lã de ovelha tecida para os cobertores, roupas, bonés e nada vinha com essa soberba das "grifes".

As casinhas simples e de janelas floridas abrigavam alegria, esperança, roupa limpa e comida na mesa. Só isto!

A fumaça do trenzinho que pegamos para fazer um passeio inesquecível ainda provém da queimada das toras de madeiras. Isso  permaneceu.

Aquela geração antiga dos imigrantes, que vivem nessas cidades geladas do Sul, como S. José dos Ausentes, Nova Petrópolis e arredores não se vestem como nós, urbanos... Usam o chinelo, a manga curta. Não sabem o que é gripe, não conhecem as emergências caóticas desse País, porque os chás caseiros, a comidinha sem agrotóxico, a lenha no fogão asseguram longevidade com saúde e paz.

Pobres somos nós que acreditamos que nossa política trará (a cada eleição) ao Parlamento Homens de honestidade estampada na face, preocupados em  fazer e executar Leis que beneficiem o povo e não seus familiares e afins,  usando, quem dera!, o cenário da Justiça para o  abastecimento da  "honra" em todos os rincões do País.

Maria! Cadê a fumaça?

Responderia que a fumaça ficou  para trás, assim como as lembranças de quem realmente pisou nessa  Terra e construi em prol de gerações e gerações.

A fumaça que vimos hoje vem para poluir de erros as iniciativas do Homem Público.


Maria Marçal


Os registros de um belo final de semana:

Passeio: Bento Gonçalves/Carlos Barbosa - Ferrovia do Vinho  com Visitação à Tramontina, Trem Maria Fumaça - Casa da Ovelha - Vinícolas, Garibaldi e Aurora, Casa onde foi filmado O Quatrilho,  Epópeia Italiana (contando a vinda dos imigrantes), show/jantar gauchesco comandado pelo gaúcho de voz admirável, Altair Fernandes (Feijão) no Hotel Dall'onder.




Minha família - mãe, irmãs (há 4 anos fazemos um passeio mãe/filhas)




Foto do grupo - destaco a simpatia e o carinho do menino Gabriel (abaixo- terceiro à esquerda), sua mãe, Fátima e Marilda (avó).



A mana Carmem que veio de Florianópolis


No trem Maria Fumaça -eu e a mana gêmea, Rosa Maria



Maria Isabel - a mana mais nova






Vários shows durante o percurso do Trem


O maravilhoso jantar/show na noite de sábado promovido pelo Hotel Dall'Onder com dança e música gauchesca sob o comando do Altair Fernandes (Feijão) - primeiro à esquerda

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