quinta-feira, 13 de novembro de 2014

SAUDADE DO AMOR-ENTREGA



Antigamente (agora já posso falar assim) o amor não tinha pressa.

Havia todo um ritual até chegar-se ao beijo, ao rosto colado, às saídas sem vigilantes.

Tenho saudade daquele tempo de amor-entrega que se iniciava pela suavidade da voz, do olhar, da ternura no entrelaçar das mãos, na simplicidade do vestir.

Tempo lindo aquele em que se matava a saudade do nosso amor ao receber, pelo correio, poucas e perfumadas palavras.

Hoje, esse amor-entrega ignora etapas. Surge com a mesma rapidez que termina. Descobre segredos do parceiro numa única noite. Desequilibra, na velocidade da luz, almas sedentas por amores verdadeiros.

Como seria bom encontrarmos pessoas identificadas com àquela época!

O amor - na maturidade - não é tão fácil assim de se alcançar, eis que, como antigamente, para se tornar eterno necessita o exercício da sinceridade, da exclusividade, da valorização do tempo que ainda nos resta e, acima de tudo, deve primar pela alegria da troca de idade de ambos.

Oxalá! a porta se abra brevemente nesse sentido, vindo enfeitado pela beleza dos sentimentos antigos.
Oxalá!



Gosto dessa música....


Maria Marçal

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