domingo, 18 de outubro de 2009

QUANDO NOSSAS "VITÓRIAS" NÃO ACONTECEM


Rubinho só pensa em vitória no Brasil




E a vitória não veio para Rubinho


Talvez fosse melhor não apostar tão alto em nossos sonhos;
Talvez, a reserva... a prudência devessem ter, também, um lugar no podium para possíveis derrotas;

Hoje, quando ví o Rubinho perdendo me chegou esse desencanto.

Não pela perda da corrida, mas sim por ele estar, menos de 24 horas, em outro estado emocional... querendo, idealizando, jogando todas as cartas que seria nesse domingo seu grande dia, sua glória!

E isso, por terem outros que se sairam melhores que Rubinho (não significando que ele não seja bom), não aconteceu.

Assim, ocorre conosco.

Fazemos planos...edificamos e pômos cores antecipadamente na nossa casinha de sonhos, mas quando vamos buscar o material, descobrimos que não há... que a loja não possue e, pior, vai demorar para chegar comprarmos.

Então voltamos à realidade e a frustração toma conta do espírito, do corpo, da nossa jornada. Um banho de água fria é derramado sobre nós e não sabemos o que dizer para os amigos que horas antes confidenciamos que agora sim, dará certo.

Não sei, nesse momento, o que é melhor: não esperarmos tanto que tudo aconteça, pois depende de outrens para ser vitoriosa ou cancelamos definitivamente esses rasgos de "super star" que, efetivamente, não estufa.

É, Rubinho, as pessoas te acobertam com um manto que não é teu.

Eu, por minha vez, sou sonhadora demais. Acredito demais que chegou a minha vez.

Nós dois estamos errados, amigo.

Somos dois poentes que precisam pôr o pé no chão.

Ousemos menos... deixemos Deus decidir um pouco nossos destinos. Parar de voar com asas curtas. Talvez ainda dê tempo de reagir a essa super valorização do que podemos ser ou fazer.

Fica a pergunta: até quando devemos sonhar com algo ou alguém que nunca poderemos ter, porque "esse" não é para nós... não está disponível para cobrir carências pessoais, metas mirabolantes, incutir ao nosso cérebro que esse "papel" na peça da vida foi feito para gente, mas no final, percebe-se que somos incapazes de levá-lo à vitória!

Como é difícil assimilar a perda do que achamos capazes de conseguir!

Quem sabe nossos pais nos deram asas muito curtas para voar e não nos damos conta porque todos à volta nos dizem que são longas e acreditamos nisso, apostamos nisso de olhos fechados, crendo ser possível alcançar o céu e aí vem o tombo, antes mesmo de chegar-se a metade do percurso.

Será que temos que pôr culpas em outras pessoas pelo nosso fracasso de intenções? Mas em quem: nos pais, nos amigos, na criação, na falta de humildade em aceitar que as escolhas não sobrevivem ao querer isolado?

Não, sinceramente. Não são eles os culpados de nossas falhas ou sucumbências.

Hoje com a derrota do Rubinho imediatamente deu-se a ele outra saída: segundo lugar!
correr e vencer e isso me fez refletir que, também, a gente semeia sonhos demais, sem se dar conta que o amanhã não é uma bola de cristal sem identificação de vencedores.

Então, entendo que a crença precise ser mais moderada ... lentamente construída e com quedas de preferência para não se chegar na última volta e descobrir-se que ninguém te espera para colocar a faixa porque ela não é para ti.

No amor é assim, também... pode retornar por obra da saudade e se achar que finalmente conseguimos conquistar o coração do amado(a), mas estamos errados!
Esse não vem para ficar...apenas para dizer que sentiu saudades ...somente isso.

Portanto, seria melhor sermos menos crentes quanto à vitórias. Sofreríamos menos, estaríamos menos sozinhos nas expectativas de sucesso garantido.

O amor que vem de aflições não encontra seu par. Esse foge. Desiste de chegar num porto tão sufocado de pretensões, onde se preveja aceitação sem consulta.

Ilusão. Engano. Tôla ironia pensar que tudo volta e para melhor...

Não volta. Não fica. Não pretendia atender impulsos.

É, Rubinho ... Deus é que nos guia e escolhe se teremos ou não a bandeira da vitória na próxima "corrida da vida".

Não somos nós. Erramos ao pensar assim.

Se continuarmos tão convictos e autosuficientes, nossas asas talvez não suportem o peso de tantas certezas.

É, meu querido Rubinho, podes ser bom e eu, igual, mas não será a gente que decidirá se esse "bom" é suficiente para ganhar.

Vou me esforçar para aprender essa lição, evitando novamente me frustrar e ficar sozinha nos sonhos. Quem sabe fazes o mesmo?

Acho que nossas asas tem defeitos e somente nós não enxergamos, meu amigo.

Vamos escutar menos nossos amigos que nos querem bem e tentar ouvir a razão... é mais prudente para evitar o próximo tombo.

Um abraço, Rubinho.


Esse vídeo nos mostra que fomos ensinados a alçar voo, mas até onde?... não sei:



Fonte | Vídeo: YouTube | Canal de netplaceus

Maria Souza
18/outubro/2009

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