quinta-feira, 19 de novembro de 2009

OS LIMITES DO GOSTAR




Ana chora desesperadamente na beira da cama.

Não consegue aceitar a partida do amor de sua vida.

Entendo ela.

Que desgastante o momento da descoberta do FIM.

Que dor ser preciso pontuar a frase que só continha paixão, parceria entre dois seres que nada mais viam senão eles próprios.

O amor que se parte. Amor que não se basta mais.

É difícil deixar o parceiro(a)nessa hora em que amorna, escancaradamente, a relação ... torna-se fria, distante.

Ana tinha certeza que essa conversa chegaria e, agora, está presente: com malas,
escova de dentes, porta-retratos, peças íntimas que perderam a cor.

Onde se escondeu a fortaleza para enfrentar essa dor?

Parece simples esse diálogo dissecado pela realidade:

- Ana... eu não quero mais viver contigo. Gosto de ti, mas não é mais suficiente para ficarmos juntos, entendes?

- Mas por que? O que fiz?

- Nada! minha querida... não fizestes nada. Eu é que não estou bem.
Estou no MEU LIMITE de segurar o nosso amor perdido, meu bem.

E nesse instante as lágrimas não atingem mais o coração do outro(a).

O GOSTAR TEM LIMITES não explicáveis, impaupáveis... apenas acontece ...se apresenta.

Esgotado o principal: o GOSTAR, a tesão, a paz na relação... nada é possível fazer a não ser permitir que ambos abram a porta da liberdade.

Talvez o grande erro de Ana seja não deixar permanentemente livre essa porta no seu querer. Anos e anos de cuidados excessivos, amor policiado já não resultam em permanências... falece.

O gostar prazeroso impõe limites, indelevelmente.

Pena que ele não oconteça antes dos cabelos brancos!

Ana agora precisará crescer. Guardar na memória o passado para não seguir com ressentimentos, mágoas ou revoltas.

Fácil escrever (??)... torturante, pôr em prática.

Dê-se um tempo, amiga Ana. Acomodas teu coração.
Acontecerá o mesmo com teu amado. Mas não olhes para trás.

Nesse período, aprenderás a procurar amigos antigos. Resgatarás amizades serenas e,
principalmente, deves dar uma passadinha na Casa do Senhor, pois Ele está sempre lá...esperando por nós e, por certo, te servirá a melhor das refeições:

um prato coberto de ESPERANÇA, cujo tempero somente Ele conhece o segredo mas, para todos que o provam, tem o sabor de FELICIDADE FUTURA.

Vista-se AGORA. Laves o rosto e abras a porta do novo amanhã.

Um beijo minha amiga Ana.


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