quarta-feira, 7 de julho de 2010

SEPARANDO AS CAMAS

















- Não vais ficar?
- Não!
- Por que?
- Porque acabou.


A porta se fecha levando pedaços de duas pessoas que acreditavam que suas vidas seriam para sempre.

O cheiro, o beijo, as pétalas de rosas na banheira que acomodou dois amantes. Nada fica. A porta se fecha.

Os primeiros momentos de separações "planejadas" e sem brigas, sem traição talvez sejam as mais doloridas.


De repente um horizonte sem fim se vê à frente e o mergulho no vazio é inevitável.












Nem sempre é bom separar sem razões concretas.

Dizem que pessoas racionais conseguem separar mais facilmente as camas.

Um café da manhã desacompanhado... um prato e não dois ... o lado esquerdo do armário sem gravatas e perfume masculino ... uma toilette sem creme de barbear...

Separando as camas...

Mas esses sentimentos em transe por certo serão momentâneos.
O tempo ensina a caminhar ... a seguir em frente e acabamos por descobrir que a outra metade fez um favor em balançar a relação, em mostrar que as coisas não andavam bem.

É hora de aceitar que a segunda cama será para visitas de amigos que irão te acolher e apoiar para um amanhã mais sereno ... sem dor.

Um amanhã de espera.

No entanto, se sentires que a porta não fechou com a força do fim...quem sabe o amado(a) estará apenas procurando no seu baú a individualidade perdida.

Se for assim.. valerá a pena esperar seu retorno.

Contudo, aguardar tem um prazo.

Prestes atenção na validade do "produto", pois com data vencida poderás substituir por outro(a) sem medo de estragar.

Não tenhas a mínima dúvida disso.




Autoria: Maria Marçal
Dedicado: a duas amigas (uma, do Dihitt e, outra, fora dele)

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