sábado, 22 de setembro de 2012

ACENDA A VELA...

A foto ilustrativa é de autoria de minha amiga Vera Alvarenga - SP (a luz que floresce)




Acender uma vela...

Uma penúmbra ... o silêncio de um quarto... as sombras que ora vão ora vem na quietude da contemplação de uma vela acesa.

Que sublime recitar um poema à luz de vela!

Li um deles dia desses e dizia mais ou menos assim:

Disseram-me para esperar..
Assim se passaram dias, meses e anos...
Privei-me de seguir ...deixei de desbravar à vida
Ninguém me avisou que a felicidade não vinha.

Esse belo poema, cuja autora não houve tempo de colher seu nome, nos dá sinal de que a vida não pode se restringir à espera, aguardando que milagres aconteçam, perfilando ilusões.

E, como no poema que aguardava pela felicidade que não veio, acender uma vela para que sejamos ouvidos nas inquietudes d'alma tem a máxima de nos 'serenar' emocionalmente, mas até ela acabar... até sua chama se transformar em fumaça.

Nossos mais profundos desejos tomam vida nessa penumbra ... repousam na calmaria de um ambiente velado pela esperança, porém, há que se ter presente que uma vela não substitui a luz natural, cuja somente a vimos quando abrimos a porta e saímos do berço que conforta por tempo limitado.

Acenda a vela, mas não deixe de se DESproteger...de arriscar ... de cair para levantar!

Acenda, sim, a vela, mas de forma exporádica e tenha em mente que seu tempo de duração é curto.

Acenda a vela para se fortalecer em momentos de indecisão, do sentir-se dolorido e sem chão ou mesmo para agradecer.

Logo em seguida a apague...

Vá em busca da tua luz natural... das tentativas, bem ou mal sucedidas... de desejos possíveis.

Faça isso...

Apenas acenda e apague a vela.

Não espere que ela se transforme em fumaça.






Carinhosamente,

Maria Marçal

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